Orientação acadêmica: Uma via de mão dupla
Muito se fala sobre ambientes tóxicos na academia, onde orientadores falham na condução ética ou se valem de abordagens questionáveis. Isso é, infelizmente, um fato. No entanto, a relação entre orientador e orientado é uma via de mão dupla, e seu sucesso depende do comprometimento e esforço de ambas as partes.
Não raro, essa relação pode se deteriorar, tornando-se um campo minado de frustrações. Expectativas desalinhadas, dificuldades de comunicação e desafios na conciliação de personalidades ou objetivos podem criar obstáculos. Mas é justamente nesses momentos que o diálogo e a construção de confiança se tornam ainda mais essenciais.
Orientação é um processo de aprendizado mútuo, de trocas e de crescimento. Tive a sorte de orientar estudantes que estavam dispostos a aprender comigo (na maioria das vezes, junto comigo), e alguns, tão brilhantes que são, impulsionaram muitas das minhas pesquisas e, por consequente, a minha carreira. Essa é a essência da relação: uma verdadeira troca e aprendizado mútuo.
Orientar e ser orientado exige humildade intelectual de ambas as partes. Significa reconhecer que ninguém sabe tudo e que há um imenso valor na troca de perspectivas. Quando os dois atores se comprometem com o diálogo e a construção de uma relação respeitosa, todos crescem - a ciência, a carreira, e o impacto de seu trabalho no mundo.
Orientação acadêmica é, acima de tudo, uma parceria. Quando há respeito mútuo e abertura para aprender, criam-se oportunidades únicas de aprendizado e realização profissional. Afinal, ciência é feita em colaboração, e as relações que construímos no caminho são tão importantes quanto os resultados que alcançamos.
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